terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

onda gravitacional
(carlos pedala)

feito qualquer argumento
que se quebra
feito poemas concretos
que se partem
ao vento
feito um olhar qualquer
a insistir no teu
em tanto lugares
ao mesmo tempo
feito se de fato
tal fato
houvesse por um instante

existido...

sábado, 14 de novembro de 2015

presença
(carlos pedala)

em um pouco de tarde
ela chega
e a tarde inteira
pega fogo
incandeia
incandescente
ruas de paris
praças tiradentes
e o jeito dela
me faz dizer
coisas que não sei dizer
como esse pouco de tarde inteira
inteira a pegar fogo

e a se transformar em chamas... 
pra vida inteira
(carlos pedala)

para Genicy

ela não acredita
nem de brincadeira
numa palavra que se diga
de uma tarde em que ela chega
ela acha que todas as tardes
são as mesmas
sempre e sempre
ela não acredita
que haja um poeta
aqui por perto
como se tudo fosse o certo
e o não certo
e não nunca houvesse um poeta
aqui por perto
mas nem de brincadeira
ela acredita
que uma tarde possa ser

pra vida inteira... 

domingo, 18 de outubro de 2015

Antoninho
(Carlos Pedala, Totonho e Claudio Braga)

os plantonista do são lucas
em copacabana
não conseguem entender  
a diferença
entro o amor
e as hemorroidas
não por incompetência deles
nada disso
nos dias de hoje
o mundo é assim
veja aquele homem
caído ali na sarjeta
ninguém imaginaria
que a dificuldade dele em se levantar
é única e exclusivamente
por conta
do sobrepeso
de seus sonhos... 

segunda-feira, 12 de outubro de 2015

Subjetividade
(Carlos Pedala)

tudo em mim é fim
todo o infinito em mim
último recanto
de tudo o que aconteceu
passado, presente, futuro,
eu
e tudo o que se foi
sou eu
o sol quando toca a minha pele é eu
médio, medíocre
quase nada
eu
o que se aparece
o que se apareceu
nem meio
nem metade
nem mentira
nem verdade
inteiramente eu...


domingo, 9 de agosto de 2015

playboys
(carlos pedala)

há toda essa tarde
a cair entre as palmeiras
melancólico canto
ruim em algum momento
a sina do menino das laranjeiras
e de tantos outros
junto ao saudosismo tolo de outros tempos
tão cruéis quanto

mas há toda essa tarde
a cair entre as palmeiras
e a sina triste do menino das laranjeiras
e de tantos outros...





quarta-feira, 24 de junho de 2015

poema exposto
(carlos pedala)

no oi futura de ipanema
encontro os versos de alex varella
as palavras me ouvem respirar
um pombo vindo de céus azuis
dos céus azuis da cidade
voa no poema
dentro das letras
e com uma liberdade singular
abre em mim as asas
de voar...